Estou tentando nadar para fora de tamanha loucura sensorial.... é que as paredes do meu oceano ecoam as vozes que saem de minha respiração... E quero ouvir o mundo lá fora, além destes mares que me atravessam as artérias... Estou construindo uma ruína, assim como Manoel de Barros escreveu sobre a palavra amor, estou enfrentando o confronto entre minhas idéias...Como ondas que enfrentam as rochas fazendo a água voar... E às vezes me sinto tão realista, tão completamente fora da realidade... O paradoxo não está na escolha de uma mentalidade, mas justamente na impossibilidade desta escolha... Vivo entre uma praia e outra... o meu sol eu o busco nas próprias pedras porque gosto do silêncio e muitas vezes a solidão de meu ser é extremamente convidativa... Não é solidão, mas preciso estar em intimidade com o universo, preciso de gaivotas, cheiros, árvores, nuvens, tudo isso no mais absoluto sigilo entre eu e o mundo... Preciso comungar com paisagens sem usar verbos... preciso deixar meus olhos voarem sem rédeas, não estou tentando mais fotografar minha existência... Tampouco quero traduzi-la... estou disposto a encontrar meus reflexos sem precisar procurar... e vou de encontro na coragem de ao mesmo tempo ir e me deixar levar..
domingo, 27 de julho de 2008
sábado, 19 de julho de 2008
HabitAção
Me habitam infinidades
inúmeras tempestades
como gotas de infinito
de um oceano verbal
idéias que em mente rabisco
num total orgasmo palavral
silêncios de um interno grito
movimento de emoção brutal
de toda densidade que insisto
por todo meu ser aglutinar
me habita a complexidade do mar
na simplicidade geral de sua amplitude
me habita todo este agitar de plenitudes
inumeras ondas na arrebentação, na inquietude
e tudo que quero ser, viver, conquistar
parece me envolver desta completude
que é meu coração ao amar
nisto sou entregue e grato a todo o universo
desfruto de tudo nem que por um simples verso
mas de todo o cósmos permito
o universo inteiro me habitar
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