domingo, 27 de julho de 2008

abraço



















Estou tentando nadar para fora de tamanha loucura sensorial.... é que as paredes do meu oceano ecoam as vozes que saem de minha respiração... E quero ouvir o mundo lá fora, além destes mares que me atravessam as artérias... Estou construindo uma ruína, assim como Manoel de Barros escreveu sobre a palavra amor, estou enfrentando o confronto entre minhas idéias...Como ondas que enfrentam as rochas fazendo a água voar... E às vezes me sinto tão realista, tão completamente fora da realidade... O paradoxo não está na escolha de uma mentalidade, mas justamente na impossibilidade desta escolha... Vivo entre uma praia e outra... o meu sol eu o busco nas próprias pedras porque gosto do silêncio e muitas vezes a solidão de meu ser é extremamente convidativa... Não é solidão, mas preciso estar em intimidade com o universo, preciso de gaivotas, cheiros, árvores, nuvens, tudo isso no mais absoluto sigilo entre eu e o mundo... Preciso comungar com paisagens sem usar verbos... preciso deixar meus olhos voarem sem rédeas, não estou tentando mais fotografar minha existência... Tampouco quero traduzi-la... estou disposto a encontrar meus reflexos sem precisar procurar... e vou de encontro na coragem de ao mesmo tempo ir e me deixar levar..

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