quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Plenitude Sensorial

















Estou tão feliz que quero registrar isso de algum jeito que tem semanas eu procuro sem encontrar. E não me adianta relatar os fatos porque serão simples demais, nem tãopouco me adianta poetizar extraordináriamente porque o que venho vivendo tem sido de uma perfeição de clareza que é bem possível que seja impossível definir toda esta conjuntura existencial com meros recursos linguísticos. Para ser entendido neste momento precisaria pegar cuidadosamente em suas mãos e transmitir com os meus olhos o inefável entusiasmo que vem tomando conta da minha vida. Será possível viver essa intenção somente pela aventurosa tentativa de transmissão do inefável através das pobres palavras, tão distantes da essência do que tento explicar? Tente imaginar se puder, porque é o que, ou o como eu sinceramente gostaria de poder transmitir neste momento, este falar bem de perto na cumplicidade da música em meus olhos.

A felicidade que venho criando e recriando e recebendo e vivendo e repassando me enche de uns sentimentos encantados e tais que só mesmo o misterioso enigma da palavra Amor pode vestir para tentar representar. Eu sei que é óbvio demais isso tudo, falado assim, mas acredite, são as palavras que complicam tudo isto. Porque ao mesmo tempo que é simples e óbvio que se esteja feliz ao se encontrar neste estado de simples amando, amante universal do existir, é também fantástico e mágico quando se compreende com exatidão os caminhos e pequenas-grandes decições que levaram-me à alcançar este viver o que se sonha e esse sonhar o que se vive, num processo de mútua alimentação infinita_mente contínua e prolongada de ambas atividades, uma decorrendo indefinidamente na outra.

Mas será que convém explicar passo à passo cada caminho a que me levo ou elevo à este conhecimento que me liberta fazendo-me capaz de criar minha própria felicidade? Tudo me parece tão óbvio agora, e reconheço a importância serena da paciência, do saber-se muito bem que a direção é infinitamente mais importante que a velocidade. Porque quando a direção é precisamente desejada e encontrada, o tempo perde completamente este sentido narrativo...

Muitas vezes não faz sentido eu continuar esta prosa porque sei que a maior parte do que quero expressar já está provavelmente escrito em algum lugar, seja numa outra língua e cultura, seja onde for, mas tudo que venho aprendendo graças à existência das palavras, como sou grato e ingrato ao mesmo tempo. Porque gratidão seria eu então reproduzir mais e mais idéias através das palavras, mas é fundamental o silêncio muitas e muitas vezes ao longo das experiências de vida.

Muitas vezes é preciso calar-se para que se faça ser entendido depois. Mas não estou mais seguindo nas explicações que eu inicialmente gostaria de esclarecer por aqui... Talvez seja mesmo impossível, mas por isso mesmo me vejo tentado a querer acreditar que vou conseguir, não me pergunte como. Porque a inspiração que bateu à minha porta esta manhã nasceu dentro de mim mesmo, toda a manhã eu vivi, quando o sol surgiu fui eu quem amanheceu... Esta inspiração saltou pela janela enquanto eu dormia e voltou ainda mais incrível quando com meus olhos a admirar a existência azul do dia que se iniciava pude voar com os pés no chão. O que quero dizer é que tanto a inspiração quanto a felicidade e este entusiasmo inefável que parecem me 'invadir' de repente são na realidade originais de mim mesmo, assim como toda [óbvia] concepção de universo que tenho. Sim, todo o universo que conheço vem de mim mesmo. Sim, estou me chamando de Deus ao dizer que crio meu próprio universo. Afinal de contas se Deus está em tudo sou todo Deus. E se o homem foi "criado à semelhança de seu criador" me parece natural que o ser humano seja, assim como o arquetipicamente retratado "Deus criador de todo o universo", o criador nato de sua própria realidade.

Teísmos à parte tenho a profunda certeza de que tudo o que vivemos fora anteriormente concebido por meio das emoções que intrínsecamente se manifestam em comunhão com a viva coletividade do planeta.

O que sentimos é tão forte, tem tamanha força nossa sensorialidade em acordo com nossos sonhos mais emocionantes... Se para algumas aves o magnetismo da Terra é a maneira de se guiarem para os caminhos que almejam, para o ser humano ocorre o mesmo, com a ligeira diferença que o magnetismo do humano está nas próprias emoções. E é isso que eu queria inicialmente sublinhar: devemos sentir o que sonhamos para vivermos plenamente aquilo em que acreditamos e é simples assim.

Uirá Felipe

Um comentário:

Anônimo disse...

Você parece meio estranho amigo
não sei
não!!!!!!!!!!!!!!!