domingo, 20 de abril de 2008

Infinito triangular




































Tenho tentado incessantemente encontrar o eixo que me guie a meus sonhos mais vivos. E como numa gangorra de três lados fico confuso no equilíbrio estranho de onde sempre sou empurrado. Um telefonema, ou um encontro ao acaso, um simples pensamento pode ser capaz de abalar esta frágil homeostase. A procura eu encontrei como aquilo que sempre havia procurado, e na insatisfação de desconhecer os pesos do que sempre estive atentamente a equilibrar, sinto-me ora surdo, ora cego, ora mudo; ou de tão sensível, insensibilizado. Neste triangulo de sonhos sou somente o incompreensível de um poema rasgado, uma folha de papel esfarelada nas águas do mar, uma caneta que escreve nas nuvens e deixa o vento levar todas as palavras... Na intensidade de um coração disritmado, sempre me perco dos sentidos se por mim mesmo não estou sendo procurado. E o infinito que esteve sempre a meu lado vai pouco a pouco se desintegrando. Precisei de um espelho pra entender a incerteza do certo, a imprecisão no reconhecimento do que estava de fato errado. E meu triangulo de duvidas, quando enfim encaixado, arredondou-se em novo infinito, finalmente equilibrado em seu próprio mistério libertário.

Nenhum comentário: