domingo, 28 de dezembro de 2008

Cachoeira Invertida























Tudo muda de novo
tudo novo todo dia
do mar à montanha
da noite pro dia

Embarco sem barco
e me envergo de horizontes
vôo ainda baixo
pra beber de todas as fontes

Num dia um grito
noutro sorrisos
num dia rabisco
no outro concretizo

Numa noite o interminável
nas manhãs o efêmero, o eterno
Num dia o impossível inadiável
no outro o adeus, num sorriso terno

Tudo muda e gira e contorna,
E todo suor e alegria plantada
Na inspiração vem e retorna
na gratidão à todo dia alcançada

E quero tantas mudanças
quanto mais mudo, mais muda
e quanto mais sou muda, mais mudo
mais falo... sem precisar dizer
E me calo, me calo, e sorrio barulhento no olhos
e à todo dia me lavo
me levo
leve que vou a fluir feito a transparência do rio
leve que vou feito as asas da borboleta azul
leve que vôo feito o invisível poder de beija-flor em ação
leve que sou todo cercado desta conspirAção
Desta benção, sintonia e brasilidade...

E Rio,
porque é o melhor que pode(re)mos ser...
[mas disso, jamais saberemos vivos]