segunda-feira, 9 de março de 2009
Ladeiras Horizontais
...as horas enganam os sentidos...
meu passa-tempo é o sorrir de uma primavera
que não é cíclica, nem constante
é aurora surpreendente e cativante
num cotidiano rico de aventuras existenciais
mergulhos no desconhecido
daquilo que escolhi
e que mesmo sem calcular
sei sempre bem quando é tempo de voar
ou de pisar no chão...
...de pisar em vão
e de voar em concreto.
quero esculpir algo mais intangível
Dar forma ao ar
alongar o horizonte
com a ponta do olhar alheio
musicar com ouvidos ainda mais atentos
o que já é música do mundo
tornar poesia
o que nem palavras tem
ou ainda nem inventaram...
Fazer de um muro uma paisagem
sem nem tinta nem pintor
o desafio é muito menos óbvio
quando acredita-se que se sabe
precisamente
o que define a felicidade
como a gota que voa
de uma folha orvalada
metade encanto à toa
como a flor que é despetalada
e a outra metade,
esta outra também realidade,
é só densa e aparente verdade
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