segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O enigma do AGORA
Eu minto muito. Nasci sabendo mentir. No começo só mentia pra mim mesmo, mas antes mesmo de aprender a falar entendi que era preciso mentir pra conseguir às vezes até mesmo o básico, como um peito morno.. E portanto eu chorava sem tristeza alguma, berrava como se doessem meus órgãos, e eu sabia que era só assim, fazendo um escândalo, um drama total, que eu conseguiria o alimento na medida que realmente satisfazia meu espírito faminto muito mais de calor e carinho que de lactose..
Um dia aprendi a comer sozinho e conheci o universo das cores, sabores, riscos e sensações.. Me apaixonei pela aventura do desconhecido mas isso não me fez parar de mentir de imediato, porque queria além do alimento básico outras coisas que não se comem, mas que são necessárias e consumidas na mesma proporção que os alimentos: cotidianamente. Muitas vezes inventei um outro eu na tentativa de assim ter mais chances de ser amado. Nunca deu certo de verdade, só de mentira. Não se é amado quando quem é amado não é o que se é.. Tão simples de entender isso hoje, mas tive que viver e me arriscar pra conhecer em meu corpo a natureza dessa óbvia verdade. Verdade essa que só passou a existir depois que integrou meu viver e se dissolveu por minhas células e pensamentos juntamente..
Então, certa vez descobri que só se começa a aprender mesmo a amar quando se permite ser amado pelo que se é.. E pra ser amado pelo que se é obviamente exige que a pessoa amada conheça e saiba exatamente quem ela é, qual sua plenitude particular e seu vazio secreto.. E foi só então que comecei a amar de verdade as pessoas, amar como elas são, sentir amor tanto pelo que elas conseguem mostrar que são quanto pelo que vemos nelas mesmo sem que elas queiram que seja visto.. Passei a amar exatamente o que me é revelado no momento presente ao invés de imaginar e compilar informações numa ilha de edição mneumônica constante que tenta de alguma forma transformar cada pessoa no melhor que eu gostaria que cada uma fosse.. E isso é algo que não acontece no momento presente jamais.. precisa de trabalho mental, pensamento, conexões, emoções sendo ora plantadas aqui, ora colhidas ali.. precisa de tempo. E pra amar e pra viver genuinamente não é preciso tempo. Não existe nenhum tipo de cálculo e nem de medida, são elementos incabíveis no amor e no agora..
A oportunidade de ser amado está em toda parte. Basta permitir, e prestar bastante atenção, ter cuidado, carinho, paciência, alegria. Quando me dei conta estava amando. E foi exatamente no momento em que percebi que eu estava totalmente feliz. Porque não estava amando uma mentira. Minha felicidade não era pré-fabricada nem inventada, era simplesmente percebida, como algo incontrolável mas que vem da nossa vontade de ser completamente. Estava amando uma pessoa pelo que ela era, cheia de defeitos incorrigíveis, cheia de talentos insuperáveis.. Conheci sua unicidade e zelei por seu desenvolvimento. Experimentei o paraíso e a liberdade numa única sensação: amar e ser amado, independente e mutuamente.
Foi então que me dei conta que não precisava mais mentir. Mas eu mentia mesmo assim, como que por força do hábito. Evitei ao máximo por um bom tempo mas quando vi eu já tinha meus segredos novamente, bobos ou estúpidos, mas que não era capaz de esconder de mim mesmo após aprender a me dizer sempre a verdade.. Não os queria mas passou a ser incontrolável esse esconder..
E me senti ao mesmo tempo intocável e incapaz de alcançar a profundidade da entrega máxima outra vez.. Tinha medo que meu novo ser fosse menos ou mais amável que o de antes. De ambas as maneiras passei a correr o risco de sentir solidão novamente, porque sendo mais amavél eu podia sentir em mim que não me caberia ser apenas aquilo que eu fingia ser.. Comecei a me desesperar, aos poucos ou de repentemente; depende. Descobri que quanto mais amo mais sou capaz de amar..
Ainda estou aprendendo tanta coisa que muitas vezes, em momentos de grande iluminação, percebo que não sei de quase nada.. E preciso inventar e me arriscar com a imaginação pra preencher os vazios. Preciso perguntar e incomodar as certezas adormecidas, remexer as células e suas conexões e convicções enferrujadas, preciso bagunçar pra criar uma nova organização.. E nisso comecei a perceber o quão frágil é o conhecimento, o quão volátil e instável pode ser a sabedoria, e o quão paradoxal pode ser a busca pela felicidade.
A busca traz sempre um paradoxo naturalmente. O próprio ato da busca é um paradoxo latente. A felicidade não, ela acontece independentemente de pensamentos e idéias. Ela acontece plenamente e reúne o infinito em uma unidade. A felicidade proporciona uma instantânea e perfeita organização de todas as inquietações, e orquestra então emoções, raciocínios e atitudes numa vibração que dialoga e interage com toda a existência do momento presente, ou seja, o infinito.
Não sei se o que estou falando é verdade, sei que invento a maioria das coisas que acredito. E não tenho medo de acreditar nas minhas próprias mentiras ou verdades. Sei que isso é inevitável, e prefiro criar meu próprio mundo ao invés de pegar emprestado os tantos que já existem e que me querem impor. Pego carona sempre, é inevitável.. Muitas vezes porque quero, outras sem nem sentir, mas meu planeta sempre viaja comigo, e quem entender o que estou falando sabe que, assim como eu, tem no peito um mistério tão desafiador que transborda por não caber em seus próprios limites.. Fico feliz de saber que pessoas assim tiveram a oportunidade de mergulhar em minhas palavras, mas nunca sei, e gosto disso também. Aprendi a aceitar os riscos. É o único jeito de vislumbrar alguma tentativa de verdade, porque as certezas nos fazem arrogantes e cegos demais pra percebermos as sutis mudanças que se manifestam independentemente do que pensamos e acreditamos que somos.. Pra inventar o melhor de mim mesmo procuro apenas perceber atentamente todas as possibilidades..
Foi preciso muita mentira até que eu pudesse reconhecer a verdade assim, de perto, perto disso que acredito que é, a verdade. E percebi que só existe uma única diferença entre a realidade da mentira e a realidade da verdade. Porque não importa se o que você vive é falso ou real, se é criado ou natural, se é genuíno ou artificial para você mesmo e para os outros... Fato é que imaginar, inventar e criar são a origem tanto da mentira quanto da verdade.
A nascente do pensamento humano é incontrolável. Não podemos conter as águas que transbordam de nossos lençóis freáticos escondidos abaixo das montanhas e camadas de rochas dentro de nós.. As águas nascem inevitavelmente. Nos cabe prosseguir em direção à fonte, sempre, pra que cada vez mais perto dela possamos desde antes conduzir a direção de nossas águas e desenhar nossos destinos rumo ao oceano que, quem sabe, seremos capazes de escolher.. A montanha da sua fonte pode ser qualquer uma, ter qualquer altura, beleza e riqueza. Porque montanhas são vivas e estão sempre em movimento.
Ficou claro que tudo aquilo que eu mesmo crio e que acredito torna-se precisamente a minha realidade. Mas então como distinguir o que é verdadeiro e o que não é disso tudo que invento? É bem simples: a mentira é solitária e a verdade é coletiva. Ora, toda mentira vive num tempo alheio, num tempo artificial e totalmente independente..
A verdade só existe num único tempo, que é o único tempo incalculável e intransferível, o único tempo capaz de estar em contato direto com o tudo pelo tudo que se realmente 'somos'. Esse tempo, que é o maior dos mistérios, o maior dos desafios e a mais completa dádiva da vida é o mergulho na totalidade dos sentidos, na coexistência interligada que integra complexas emoções com as sensações diretas do nosso conjunto de células. É a entrega consciente diante do mistério, é a aceitação da diferença e do conflito no caminho para a identidade ou para a paz..
Esse tempo inefável onde mora a verdade, a vida e o infinito
é o simples enigma do AGORA.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Parindo a alvorada
tenho estado distraído
a esperar o que já aconteceu
tenho simplesmente me iludido
mas percebido o que se esqueceu
O que sonho está escondido
O que vivo ou é longe ou não é meu
Em meu presente estou fundido
Sentindo o eco que me amanheceu
Dou voltas e voltas com os pensamentos
Flutuando em órbita igual à lua
Encontro na luz os mesmo momentos
que congelaram minha infância nua
Quero romper a parede da desilusão
mas fraquejo quando de repente percebo
que me subtraem a imaginação
quando aceito tudo aquilo que recebo
Não me interessa mais...
Hoje,
Hoje vou acordar cedo...
uF - 14-08-09
Barragens de papel marchê
ou Muralha Permeável
Meu medo não é nenhum segredo
é uma arma tão explícita
quanto a violência em um brinquedo
Minha infância é completamente inventada
Memória que é essencialmente ilícita
Pesadelo disfarçado em conto de fada
Existe um covarde dentro de mim
mas ele é só uma criança, assustada
refletindo no tempo uma insegurança sem fim
que em sua vida com terror foi injetada
Existe um homem forte, quieto e inteligente
cuja ousadia é quase sempre descontrolada
Se arrisca, decidido, extraindo o melhor de seu presente
vivendo no amor que sente a sua mente libertada
Existem paradoxos e palavras impossíveis
que me percorrem num fluxo de indagações
Sou tentando enxergar idéias invisíveis
mas só ouço silêncio entre os trovões
Mas as certezas, esses sentimentos incríveis
São a beleza em torno de inefáveis emoções
São sutilezas nas percepções mais sensíveis
São o mistério do encanto de inseparáveis corações...
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Remendos
O que estou fazendo
que nem sei responder
para onde exatamente
estou querendo ir?
O que é este vácuo inescapável
que ás vezes me engole
e outras vezes venço
como num pêndulo permanente?
Quem poderá enfim me dizer
a direta verdade do presente?
E somente com vivências
entre gestos e inocências
consigo enfim saber, sem palavras
e viver o evidente de seguir adiante estradas...
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Divagações no engarrafamento a caminho do trabalho:
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Meu Sonho Real (que é meu viver Atual)
.
.
Quero que chegue o momento em que eu,
vivendo com tal triste sentimento
no peito, um solitário peso ou agonia
receba então a gratuita surpresa
de repentinamente você apareçcer,
Somente pra me ver e me cuidar
trazendo-me apenas tua leve alegria
e gratuitamente me abraçando
e dizendo que me ama e
que teu coração o meu clama
Independente de como eu esteja
ou do quão desmotivado eu me encontre...
Quero que chegue o dia em que eu esteja a teu lado
toda noite antes de dormir, para que assim eu possa
de maneira muito mais plena então praticar
todo esse amor que tenho sempre a lhe dar
e que eu esteja livre pra então viver
essa vontade de dividir o presente
inteiramente com voce
criando futuros conjuntamente
e evoluindo nosso mútuo conhecer
E tudo isso que agora sonho
e que em devaneios desejo
e que em imaginação ponho
e num vivo coração almejo
Na realidade eu já tenho hoje
no devir vital de meu anseio
vivendo o encanto de teus carinhos magistrais
Na liberdade de um despretensioso passeio
vivo a segurança que só teu sorriso me traz...
Uirá Felipe
(UirApaixonado)
ADVINHO
.
.
Quase nada não é ilusão
e em tudo que há verdade
Entrego-me em tamanha atenção
O que desconheço, é também realidade?
Do que acredito que sei
o não saber é minha identidade
testemunha dos meus pensamentos
observador de sentimentos
Estudante do mundo
um universo dentro de mim...
Mergulho sorrisos em paisagens
beijos em geologia e admiração humanas
e assim, advinho a felicidade
quando lambe por mim o amor em chamas
Uirá Felipe
imagem do artista plástico Elísio Tiúba - www.tiuba.com
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Redespetar
Pouco sei sobre limitar meu maior desejo
(que é você)
Tampouco sei segurar meu principal sonho
Meu amor é intenso
e ao mesmo tempo sem pressa
vive num admirar imenso
que muitas vezes urge
na saudade diária
que é vontade incendiária
de continuamente se expressar
E dentro desta correria urbana
Meu peito não evita
e o coração infla enquanto
que a imaginação levita
E por mais que eu esteja
num daqueles demorados dias cheios
Minha alma se descola do insatisfeito
pra visitar o meu amor, em devaneios
e às vezes medo
outras dor neste ego dissolvido
Me lembrando desde cedo
daquela voz ao meu ouvido:
"Te Amo"
Queria mais que a imaginação
ou que as deliciosas memórias
ando querendo ainda mais
numa expectativa do agora
ingenuidade minha acreditar
que um reflexo do que sinto
deva ser o que esperar
e à mim mesmo às vezes minto
tentando esta agonia toda evitar
Estou tentando e é difícil
Mas às vezes é possível aceitar
a solidão de uma sensível razão
guiada na vocação de amar
Estou muito ocupado
mas ainda assim
Estou a lhe esperar
inevitável acreditar
que anseia pelo simples...
diário
movimento reacionário
de um teu, nosso, coração
no batuque compasso que posso
em recriação
Redespertar do vivo sonho
que é a paixão
condensada naquela voz
aquele especial sorriso
que ao me olhar
me reflete o paraíso...
Uirá Felipe
segunda-feira, 9 de março de 2009
Andarilho no mundo
Sou esquinas
cruzamentos em ladeiras
sou paralelepípedos
cimento e muros
poeira e musgos
e sou também paisagem
sigo admirando,
plantas que vou vendo
vendo tanto que sendo
indo que apenas ando
Desprevenido vou que tento
aos poucos percebo sutil
aquilo que eu mesmo invento
e vendo, querendo, sabendo
termino me desconhecendo
porque sempre que escrevo
e mesmo quando apenas descrevo
falo daquilo que sou
porque sou incapaz de escapar disso
enquanto sendo, sei-me que vou
vi-vendo
muito além do óbvio porque estou vivo
e era isso
era isso
precisava falar nisso
nisto aí que não sei como falar
ao subir ladeiras
desço profundo no passado
meu e da cidade
nosso
e a plenitude caminha
sabiamente insatisfeita
como uma cadela ainda jovem
que se realiza, ainda que em pânico
no escapar desprevenido
de um coleira que se solta
um susto de liberdade
um sabor de coragem e medo
que de repente volta e se revolta
Sou este cão
neste exato momento
entre a coleira
e o deja'vú
de uma tal liberdade
sou esta exitação
num olhar que se desprende
solto
entre o caminho e a paisagem
Sou doméstico e sou selvagem
sou amor somado à libertinagem
Dor que se estica em sabedoria
Susto que se converte em alegria
Saudade que desembarca de longa viagem
Sou sonho em plena realidade
e pleno
mesmo em um mundo de crueldade
sou amor consciente
e paixão à beira da loucura
sou o sabor do onipresente
e o som vivo de uma textura
Esquinas
ladeiras
paralelepípedos
muros
tijolos
entulhos
becos
escadas
praças
bairros
mundo
porque sempre que escrevo
e mesmo quando apenas descrevo
falo daquilo que sou
porque sou incapaz de escapar disso
a trajetória da vida
é portanto como uma onda
que é uma energia infinita
e ao mesmo tempo redonda
Ladeiras Horizontais
...as horas enganam os sentidos...
meu passa-tempo é o sorrir de uma primavera
que não é cíclica, nem constante
é aurora surpreendente e cativante
num cotidiano rico de aventuras existenciais
mergulhos no desconhecido
daquilo que escolhi
e que mesmo sem calcular
sei sempre bem quando é tempo de voar
ou de pisar no chão...
...de pisar em vão
e de voar em concreto.
quero esculpir algo mais intangível
Dar forma ao ar
alongar o horizonte
com a ponta do olhar alheio
musicar com ouvidos ainda mais atentos
o que já é música do mundo
tornar poesia
o que nem palavras tem
ou ainda nem inventaram...
Fazer de um muro uma paisagem
sem nem tinta nem pintor
o desafio é muito menos óbvio
quando acredita-se que se sabe
precisamente
o que define a felicidade
como a gota que voa
de uma folha orvalada
metade encanto à toa
como a flor que é despetalada
e a outra metade,
esta outra também realidade,
é só densa e aparente verdade
domingo, 28 de dezembro de 2008
Cachoeira Invertida
Tudo muda de novo
tudo novo todo dia
do mar à montanha
da noite pro dia
Embarco sem barco
e me envergo de horizontes
vôo ainda baixo
pra beber de todas as fontes
Num dia um grito
noutro sorrisos
num dia rabisco
no outro concretizo
Numa noite o interminável
nas manhãs o efêmero, o eterno
Num dia o impossível inadiável
no outro o adeus, num sorriso terno
Tudo muda e gira e contorna,
E todo suor e alegria plantada
Na inspiração vem e retorna
na gratidão à todo dia alcançada
E quero tantas mudanças
quanto mais mudo, mais muda
e quanto mais sou muda, mais mudo
mais falo... sem precisar dizer
E me calo, me calo, e sorrio barulhento no olhos
e à todo dia me lavo
me levo
leve que vou a fluir feito a transparência do rio
leve que vou feito as asas da borboleta azul
leve que vôo feito o invisível poder de beija-flor em ação
leve que sou todo cercado desta conspirAção
Desta benção, sintonia e brasilidade...
E Rio,
porque é o melhor que pode(re)mos ser...
[mas disso, jamais saberemos vivos]
Pulso Inverso
[ou Incomplenitude ]
Incapaz de fugir daquilo que não sou
Já pouco me esforço pra deixar-me aceitar
Porque percebo, tropegamente
O quanto os erros conseguem
Quase despretenciosamente
Definir aquilo que vou sendo
E escorrego veloz
Entre uma percepção e outra
Uma sensação incontrolável
Respiração que acelera disparadamente
Sem conseguir diferir pânico de alegria
Vontade de medo, verdade de segredo
Parece que tudo se inverte
No exato momento
Que acredito ter me encontrado
Os resultados apenas me sorriem
E mesmo diante do espanto
Espanto eu minha própria indecisão
Pra mergulhar no inescapável
Que são estes mistérios
Que pulsam meu coração...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
ConspirAção
-Seja preciso consigo mesmo-
Enquanto o medo prevalece sobre a coragem
é só pânico o que se mantém
nem um pouco à vontade...
E quando o segredo é o que permanece
o secreto é só o que se tem
Mas
a vontade
quando posta em liberdade
de expressar-se
na natureza própria da verdade
de querer ser o que se é
desabrocha-se em pura ação
no desenrrolar da alegria diária
de uma total conspirAção
para que esta felicidade total
se realize em profundidade
numa satisfação geral
entre si, o universo, o real...
e a sua própria indentidade
-uF-
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
epifania momentânea
domingo, 3 de agosto de 2008
Criando meu acaso
Dilemas não são labirintos
nem fendas monstras
entre gigantescas calotas polares
dilemas são fontes de duvida
e duvidas são a fonte do conhecimento
de onde nascem aqueles nossos mentais esquemas
e assim sendo, agradeço por todos os meus dilemas
neles me complemento
e faço da dificuldade
o meu maior instrumento
para a certeza
e o sucessivo crescimento
desta nata natureza
total
de se fazer feliz
aceitando o mundo como é
e a si como se quer ser
e se é...
-uF-
domingo, 27 de julho de 2008
abraço
Estou tentando nadar para fora de tamanha loucura sensorial.... é que as paredes do meu oceano ecoam as vozes que saem de minha respiração... E quero ouvir o mundo lá fora, além destes mares que me atravessam as artérias... Estou construindo uma ruína, assim como Manoel de Barros escreveu sobre a palavra amor, estou enfrentando o confronto entre minhas idéias...Como ondas que enfrentam as rochas fazendo a água voar... E às vezes me sinto tão realista, tão completamente fora da realidade... O paradoxo não está na escolha de uma mentalidade, mas justamente na impossibilidade desta escolha... Vivo entre uma praia e outra... o meu sol eu o busco nas próprias pedras porque gosto do silêncio e muitas vezes a solidão de meu ser é extremamente convidativa... Não é solidão, mas preciso estar em intimidade com o universo, preciso de gaivotas, cheiros, árvores, nuvens, tudo isso no mais absoluto sigilo entre eu e o mundo... Preciso comungar com paisagens sem usar verbos... preciso deixar meus olhos voarem sem rédeas, não estou tentando mais fotografar minha existência... Tampouco quero traduzi-la... estou disposto a encontrar meus reflexos sem precisar procurar... e vou de encontro na coragem de ao mesmo tempo ir e me deixar levar..
sábado, 19 de julho de 2008
HabitAção
Me habitam infinidades
inúmeras tempestades
como gotas de infinito
de um oceano verbal
idéias que em mente rabisco
num total orgasmo palavral
silêncios de um interno grito
movimento de emoção brutal
de toda densidade que insisto
por todo meu ser aglutinar
me habita a complexidade do mar
na simplicidade geral de sua amplitude
me habita todo este agitar de plenitudes
inumeras ondas na arrebentação, na inquietude
e tudo que quero ser, viver, conquistar
parece me envolver desta completude
que é meu coração ao amar
nisto sou entregue e grato a todo o universo
desfruto de tudo nem que por um simples verso
mas de todo o cósmos permito
o universo inteiro me habitar
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Fly Away
O dia não passa
Me atravessa
corrompendo minhas artérias
tudo tão apressado
que de muito valem-se estratégias
Mas, assim, á flor da pele
como em atmosfera de tiroteio
tento me conter
onde a vontade é só reagir:
enxergar em meio ao nevoeiro
Os sonhos urgem
preciso de dinheiro
Não quero nada disso
meu viver, não é financeiro
estou me encontrando
neste eterno perdendo
onde o que se ganha
é só o que se está vivendo
preciso de sorrisos
disso sou grato
quando me cerco de amigos
sou família em puro ato
e mesmo que de repente
eu me sente e me sinta farto
sei que à minha frente
vejo-faço o meu presente
e o aproveito de imediato
terça-feira, 27 de maio de 2008
TEMPUS FUGIT
Preciso escrever tantas coisas... mas minhas mãos estão ocupadas... ocupadas com um relógio que não sei pra que serve, mas, sei que estou ansiosíssimo pra descobrir, porque, não consigo largá-lo, e sei que estou atrasado, estou muito atrasado. Porque tudo corre ao meu redor e então devo estar atrasado, muito atrasado... Eu sempre gostei de quase parar, ir o mais devagar possível, na velocidade da terra e das árvores. No silêncio do capim, na alegria das andorinhas distribuídas pelo fim da tarde... Mas não posso escrever sobre isso, tenho muitas coisas para escrever... Porque eu penso demais? Porque eu penso de menos? Não consigo ignorar os meus porquês... Desde sempre eles me movem, ainda que em passos de lesma num jardim seco, são os pontos de interrogação que ao mesmo tempo que me levam, me elevam... Preciso descobrir uma solução para um monte de coisas que eu não posso sequer tentar compreender com o puro pensamento. Preciso de experiências, e me entrego inteiro de corpo e alma, com o coração ardendo em cada pulso, porque me permito viver na calma exterior de uma expressão de paz para o furacão emocional camuflado atrás deste uniforme blasé que visto para ir ao trabalho... Preciso escrever tantas coisas, mas agora estou atrasado, muito atrasado e preciso correr...
Dentro do que não me sei
Estou em paz dentro do que me sei. Mas sinto que sei tão pouco. Acho que faço de tudo pra conservar tudo o que há de benevolência em mim. Muitas vezes exausto, eu busco reajustar o foco de minhas ações numa crença de que assim meus sonhos estarão a cada dia mais adentro, em meu vital presente. Não estou mais em busca de um refúgio, e nem de um lar onde eu seja livre. Minha liberdade? Cultivo-a nas adversidades do hoje, no infinito império de minha prisão corporal, janela da alma, minha imaginação, que faz ruflar a mais invisível das asas: a VONTADE. No meu caminho observo mais do que procuro; nem procuro, não perco tempo assim, eu aproveito, e me conhecendo encontro tudo que em sonhos planejo. Estou à deriva, sim, mas do poder de minha vontade, que me leva pra qualquer direção em que concentrar-se meu pensamento. Estou à deriva é de meu sentimento, de todo este conhecimento diante do pluralismo das inúmeras emoções, muitas vezes tão, tão infinitas... que inefáveis. Infinitas sim...Na entrega diária de pequenas e imensas coisas desta gratuita bondade amorosa que brota no derradeiro querer do dia-a-dia. Estou em paz dentro de tudo aquilo que me sei. E do infinito que não me sei, eu vou aprendendo...
a MigrAção
Estar em paz aqui
cidade grande
é praticamente
uma luta diária
sou incapaz de,
assim como Gandhi,
transtornar minha mente
por mera causa árida
Mas o ar às vezes sufoca
entre carros e compromissos
não uso buzina
porque vou de bicicleta
num deserto sou uma foca
nadando em meus sumiços
no verão que é minha sina
meu vôo é de borboleta
Preciso transcender
nem que seja em poesia
e se faço o que não quero
não é pura doação
estou tentando aprender, a viver
minha própria sintonia
e para isso sou sincero
é minha única opção
Uirá Felipe Grano Gaspar
domingo, 20 de abril de 2008
Passageiros Passageiros
Será mesmo assim?
Por todos os dias
De nossas vidas
Haveremos de cruzar o caminho
De pessoas nunca dantes vistas?
E mesmo que se freqüente
Os mesmo lugares
Jamais serão as mesmas pessoas
Nunca serão os mesmos ares
E mesmo que alguns rostos e cheiros
Possamos enfim reconhecer
Não seremos nós mesmos, não mais
Seremos outrem
Com o mundo inteiro
Para nos redesconhecer...
Rio de Janeiro
Dissolvidos no coletivo
Passageiros passageiros
Desafio Cotidiano
Infinito triangular
Tenho tentado incessantemente encontrar o eixo que me guie a meus sonhos mais vivos. E como numa gangorra de três lados fico confuso no equilíbrio estranho de onde sempre sou empurrado. Um telefonema, ou um encontro ao acaso, um simples pensamento pode ser capaz de abalar esta frágil homeostase. A procura eu encontrei como aquilo que sempre havia procurado, e na insatisfação de desconhecer os pesos do que sempre estive atentamente a equilibrar, sinto-me ora surdo, ora cego, ora mudo; ou de tão sensível, insensibilizado. Neste triangulo de sonhos sou somente o incompreensível de um poema rasgado, uma folha de papel esfarelada nas águas do mar, uma caneta que escreve nas nuvens e deixa o vento levar todas as palavras... Na intensidade de um coração disritmado, sempre me perco dos sentidos se por mim mesmo não estou sendo procurado. E o infinito que esteve sempre a meu lado vai pouco a pouco se desintegrando. Precisei de um espelho pra entender a incerteza do certo, a imprecisão no reconhecimento do que estava de fato errado. E meu triangulo de duvidas, quando enfim encaixado, arredondou-se em novo infinito, finalmente equilibrado em seu próprio mistério libertário.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Magnetismo Orgânico
Status Cotidiano
O dia nasce aberto
em meu peito
aproveito ao máximo
cada suspiro gratuito de felicidade
que transborda na mente
impregnada ainda
do onirismo de um tranquilo sono
E meus sonhos me fazem
estando à todo tempo
em emoções genuínas
á experimentá-los no presente
Não restrinjo minhas alegrias
e mesmo ao cumprir tarefas indesejadas
por me encontrar no caminho em que escolho
e faço
vibro extasiado
conduzindo-me à certeza
dos mais sinceros desejos
Do sol deixo-me contaminar
por sua cinética viva
e do mar me inspiro
vendo fragatas plenas
ouvindo as cantorias serenas
que fazem as ondas ao espumoso esfarelar
Trago deste vivo cenário
o sublime imaginário
que me alimenta e me encanta
que me amadurece em infância
e me dinamiza ao status
de um simples amar
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
o céu de Duas Pipas no azul
O dia hoje passou muito lentamente, mas pelo menos tinha aquele gosto ansioso de saber que te veria ao fim da noite. Nesta alegria atento, tudo quanto era aborrecimento se tornava pequeno no estender-se das horas, no esticar da tarde e das ideias que alimentavam-se das lembranças tão vivas, diferentes sorrisos nos mesmos dentes, olhares, peles; personalidades.
De repente a chuva umedeceu a atmosfera e aveludou os barulhos nervosos da noite urbanóide. E foi então que soube que a contagem regressiva seria acrescida de mais 24 horas. A chuva passou mas não o sentimento de urgência e tranquilidade numa só explosão de emoções que me preenchiam no vazio deste longo dia caótico.
Frequentemente tenho que me confrontar e enfrentar sentimentos e emoções alheias, sofrendo dores que não minhas, alimentando esperanças que não de sonhos meus, e fica este vazio de não ter vivido em presença tua minhas próprias emoções e esperanças que naturalmente sinto o dom de só cuntigo compartilhar perfeitamente feliz.
A madrugada avança lentamente, entre um e outro pingo de chuva isolado, neste silêncio de urbem, sempre vibrando algum sussurro metálico longíncuo. E refletindo sobre todo este labirinto arquitetônico fico imaginando você aí, deitando no travesseiro com os olhos na imaginação, e tento te causar sorrisos mesmo daqui, deste outro cubículo de concreto no meio da vasta bagunça da engenharia urbana que ao mesmo tempo nos separa e nos une.
Cheiro de maresia entra pela janela e traz consigo as memórias ensolaradas de dias de surf e glória, onde o tempo pode enfim deixar de existir e dá a possibilidade para o infinito acontecer à eternos mortais que somos. Que é tudo isso que aprendemos? Como sentir o mundo pode estar tão intrínsecamente relacionado com construí-lo? Sinto que sente, mesmo sepaparados pela louca geometria dos espaços sinto o teu sentir tão genuinamente semelhante ao meu, e isso se comprova nas pequenas-imensas sintonias do dia-a-dia, coincidências deliciosas em telefonemas e mensagens de texto em circuntâncias tão precisas.
A vontade de viver mais e mais com você não me deixa dormir por estes instantes de agora, mas me infla de um relaxamento quase meditativo que me incentiva a ficar pensando e repensando profundas questões da existência. Quero descortinar minha alma e ter coragem de deixá-la, mais que somente ver, experimentar um voô por todo o horizonte de seus sonhos mais simples e portanto despretenciosamente sofisticados, como duas pipas à abraçar suas linhas no vasto azul de um céu nítidamente nosso.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Cada estar
Estou convictamente vivendo no agora porque nenhuma máscara pode mais vestir minhas alegrias vivas. Estou feliz e é diferente viver o presente de acreditar simplesmente nele. Percebo sutilmente, passo à passo, que a cada instante compreendo e pratico cada vez mais o simplesmente viver as coisas sem precisar pensar tanto sobre elas, seja antes ou depois, estou focado naquelas alegrias que estão vivas no agora.
E me permitindo ao outro vou entrando cada vez mais em mim. Quanto mais participo de um encontrar-se alheio mais me encontro, me conheço. Estou feliz com toda minha história, feliz com meus sonhos e previsões, estou feliz em ter claro tudo aquilo que quero neste momento, e mais ainda de já ter tudo isso.
Mas acima de tudo estou grato. Quando está caindo a chuva ou fazendo aquele sol, quando coincidencias deliciosas fazem eu simplesmente agradecer com imensos sorrisos as sortes que me cercam, quando desço uma onda e vejo um par de gaivotas no céu, quando recebo o abraço gelado mais quente da minha vida numa tarde fria e acalentadora, quando sinto ser observado na mesma essência que observo certo olhar, bem de pertinho, força iminente.
Quando ao oferecer um primeiro beijo descubro vagarosa e intensamente que é meu primeiro beijo também. Estou grato em tantos momentos, que gratidão soa até como um meio de vida, muito mais como um ato. Estou tão exatamente onde eu gostaria de estar. É um momento inesquecível a imensa experiência de abundância ao se saber e sentir plenamente vivo e corajosamente estregue aos mais luxuosos sonhos de infinito.
Quero continuar assim, um eu mesmo totalmente natural de si, e para isso estou mudando a cada instante de vida, guiando e acompanhando ao mesmo tempo, vou aproveitando com o peito aberto de alegrias cada sorriso que recebo, cada alegria expontânea, cada frase solta mais linda que me faz elevar os humores à máxima potência desprevenidamente, cada novidade que conquisto, cada fração de segundo numa troca intensa de olhares, cada beijo inesquecível que faz o mundo girar de ponta à cabeça, cada cheiro, cada toque e gesto e intenção, cada estar... assim, apaixonado, apaixonado por viver.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Plenitude Sensorial
Estou tão feliz que quero registrar isso de algum jeito que tem semanas eu procuro sem encontrar. E não me adianta relatar os fatos porque serão simples demais, nem tãopouco me adianta poetizar extraordináriamente porque o que venho vivendo tem sido de uma perfeição de clareza que é bem possível que seja impossível definir toda esta conjuntura existencial com meros recursos linguísticos. Para ser entendido neste momento precisaria pegar cuidadosamente em suas mãos e transmitir com os meus olhos o inefável entusiasmo que vem tomando conta da minha vida. Será possível viver essa intenção somente pela aventurosa tentativa de transmissão do inefável através das pobres palavras, tão distantes da essência do que tento explicar? Tente imaginar se puder, porque é o que, ou o como eu sinceramente gostaria de poder transmitir neste momento, este falar bem de perto na cumplicidade da música em meus olhos.
A felicidade que venho criando e recriando e recebendo e vivendo e repassando me enche de uns sentimentos encantados e tais que só mesmo o misterioso enigma da palavra Amor pode vestir para tentar representar. Eu sei que é óbvio demais isso tudo, falado assim, mas acredite, são as palavras que complicam tudo isto. Porque ao mesmo tempo que é simples e óbvio que se esteja feliz ao se encontrar neste estado de simples amando, amante universal do existir, é também fantástico e mágico quando se compreende com exatidão os caminhos e pequenas-grandes decições que levaram-me à alcançar este viver o que se sonha e esse sonhar o que se vive, num processo de mútua alimentação infinita_mente contínua e prolongada de ambas atividades, uma decorrendo indefinidamente na outra.
Mas será que convém explicar passo à passo cada caminho a que me levo ou elevo à este conhecimento que me liberta fazendo-me capaz de criar minha própria felicidade? Tudo me parece tão óbvio agora, e reconheço a importância serena da paciência, do saber-se muito bem que a direção é infinitamente mais importante que a velocidade. Porque quando a direção é precisamente desejada e encontrada, o tempo perde completamente este sentido narrativo...
Muitas vezes não faz sentido eu continuar esta prosa porque sei que a maior parte do que quero expressar já está provavelmente escrito em algum lugar, seja numa outra língua e cultura, seja onde for, mas tudo que venho aprendendo graças à existência das palavras, como sou grato e ingrato ao mesmo tempo. Porque gratidão seria eu então reproduzir mais e mais idéias através das palavras, mas é fundamental o silêncio muitas e muitas vezes ao longo das experiências de vida.
Muitas vezes é preciso calar-se para que se faça ser entendido depois. Mas não estou mais seguindo nas explicações que eu inicialmente gostaria de esclarecer por aqui... Talvez seja mesmo impossível, mas por isso mesmo me vejo tentado a querer acreditar que vou conseguir, não me pergunte como. Porque a inspiração que bateu à minha porta esta manhã nasceu dentro de mim mesmo, toda a manhã eu vivi, quando o sol surgiu fui eu quem amanheceu... Esta inspiração saltou pela janela enquanto eu dormia e voltou ainda mais incrível quando com meus olhos a admirar a existência azul do dia que se iniciava pude voar com os pés no chão. O que quero dizer é que tanto a inspiração quanto a felicidade e este entusiasmo inefável que parecem me 'invadir' de repente são na realidade originais de mim mesmo, assim como toda [óbvia] concepção de universo que tenho. Sim, todo o universo que conheço vem de mim mesmo. Sim, estou me chamando de Deus ao dizer que crio meu próprio universo. Afinal de contas se Deus está em tudo sou todo Deus. E se o homem foi "criado à semelhança de seu criador" me parece natural que o ser humano seja, assim como o arquetipicamente retratado "Deus criador de todo o universo", o criador nato de sua própria realidade.
Teísmos à parte tenho a profunda certeza de que tudo o que vivemos fora anteriormente concebido por meio das emoções que intrínsecamente se manifestam em comunhão com a viva coletividade do planeta.
O que sentimos é tão forte, tem tamanha força nossa sensorialidade em acordo com nossos sonhos mais emocionantes... Se para algumas aves o magnetismo da Terra é a maneira de se guiarem para os caminhos que almejam, para o ser humano ocorre o mesmo, com a ligeira diferença que o magnetismo do humano está nas próprias emoções. E é isso que eu queria inicialmente sublinhar: devemos sentir o que sonhamos para vivermos plenamente aquilo em que acreditamos e é simples assim.
Uirá Felipe